sexta-feira, 16 de março de 2012

A devoção nordestina a São José




Eu plantei meu milho todo no dia de São José
Se me ajuda a providência, vamos ter milho a granel
Vou colher pelos meus cálculos
20 espiga em cada pé! ( Luiz Gonzaga)

Por Sem. Hachid Ilo (Campina Grande - PB)



No ambiente de conversão e reflexão proporcionados pelo Tempo da Quaresma a Igreja propõe à nossa reflexão a solenidade de São José, definido pelo evangelho como sendo homem "justo" (Mt 1, 19). De fato, o justo é a pessoa que reza que vive da fé, e que procura praticar o bem em qualquer circunstância da vida. Assim o povo nordestino sempre viu em São José, esse modelo proeminente de chefe de família e na sua piedade popular, que no dizer de João Paulo II, é considerada corretamente como um "verdadeiro tesouro do povo de Deus", entendeu que ele tinha o poder de defender a sua família da fome e do mal. É certo que o estigma da pobreza e da fome não assolam mais o nordeste como outrora. Os avanços na educação e na qualidade de vida comprovam-nos isso; mas alheio a tudo isso permanece a crença no humilde artesão de Nazaré, e embora contradigam as previsões pluviométricas, se chover no dia de São José certamente teremos um bom inverno e assim poderemos comemorar as festas juninas com fartura, bem ao sabor do ensino de Neemias: “ Ide, fazei uma refeição abundante, tomai bebidas doces e mandai porções a quem nada preparou” ( Ne 8,10a). É mais uma vez a manifestação singela do povo que gosta de comemorar seus santos. Assim mesmo. Com noite de festa, esquece dos problemas. Em suas expressões de fé mais genuínas chegam a entoar: Em tempos de seca e de dor, bom José Dai-nos santa chuva de luz e de fé! Afinal, com São José tudo fica mais fácil de resolver!

Lendo as páginas sagradas percebemos que Deus revela seus desígnios em sonho a José. E depois a marca dessa obediência sagrada: despertando do sonho José sempre faz como Deus havia mandado; talvez seja preciso uma vez mais deter-nos sobre a figura sempre discreta de José. E se não temos a graça de sonhos divinos, temos a profunda confiança em Deus que não deixou o querido pai adotivo do Seu Filho sem proteção. Ah! Como podemos aprender deste homem profundamente bom. Não fez coisas extraordinárias, fez o que devia ser feito no tempo de Deus e soube acreditar firmemente no que lhe havia sido prometido.

Vem, meu bom José! Serve de canto e prosa nesta nossa caminhada da vida!

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